quarta-feira, 27 de julho de 2016

Genitalidade e poder II

Genitalidade e poder II
O poder das técnicas em psicoterapia: Interfaces e Interações

Uma questão sempre se impôs para aquele que não vê o campo clínico como um devoto vê seu modo de pertencer à sua seita, mas sim como um campo de investigação. O que tem mais poder de transformação? A fala, quando alcança o não dito através de uma escuta carregada de um certo desejo (do analista)? O transe que, se bem conduzido leva a novas formas de encarar o problema? O contato/consciência das sensações corporais despertando e liberando energias congeladas? A expressão de emoções reprimidas? O questionamento de crenças e valores irracionais que deturpam a autoimagem levando a comportamentos destrutivos ou inadequados?  O sentir-se compreendido e apoiado pelo clínico? As interpretações que levam o eu a considerar outros modos de se relacionar com o sintoma e com a própria ideia de si mesmo? O aprendizado de novas formas de lidar com a realidade? Reviver o drama de cada experiência importante de vida, desde o nascimento, produzindo efeitos repara dores e liberadores? Ou fazer contato com lembranças traumáticas interagindo com os diversos elementos que a compõem tais como: imagens, crenças, emoções e sensações corporais, estimuladas por movimentos oculares? Recuperar a pulsação e o fluxo energético em cada parte do corpo onde residem bloqueios ou desligamento energético permitindo assim que as palavras fluam juntamente com as emoções e sensações despertando funções adormecidas tais como: perdão a si mesmo e aos pais, dar e receber, gratidão, entender e sentir simultâneos, entrega e fé na vida, alegria de viver, capacidade de se reconhecer em união e em separação, criatividade e independência. Tudo isso e muito mais parece que foi sistematizado e enfatizado por diversas escolas de psicoterapia de modo independente. Devido ao isolamento auto imposto pelas escolas que se comunicam de forma precária ou competindo por sua fatia de verdade e competência, torna-se um sonho imaginar um modelo de psicoterapia que saiba privilegiar as diferenças e circunstâncias de cada pessoa, oferecendo-lhe um tratamento voltado ao que é necessário no momento. Tal modelo, hoje só pode ser feito de interfaces e interações. Portanto o poder da técnica reside no fato desta ir ao encontro do que é necessário e que o cliente pode responder. (A. Ricardo Teixeira)

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