Genitalidade e poder II
O poder das técnicas em psicoterapia: Interfaces e Interações
Uma questão sempre se impôs para aquele que não vê o campo
clínico como um devoto vê seu modo de pertencer à sua seita, mas sim como um
campo de investigação. O que tem mais poder de transformação? A fala, quando
alcança o não dito através de uma escuta carregada de um certo desejo (do
analista)? O transe que, se bem conduzido leva a novas formas de encarar o
problema? O contato/consciência das sensações corporais despertando e liberando
energias congeladas? A expressão de emoções reprimidas? O questionamento de
crenças e valores irracionais que deturpam a autoimagem levando a
comportamentos destrutivos ou inadequados? O sentir-se compreendido e apoiado pelo
clínico? As interpretações que levam o eu a considerar outros modos de se
relacionar com o sintoma e com a própria ideia de si mesmo? O aprendizado de
novas formas de lidar com a realidade? Reviver o drama de cada experiência
importante de vida, desde o nascimento, produzindo efeitos repara dores e
liberadores? Ou fazer contato com lembranças traumáticas interagindo com os
diversos elementos que a compõem tais como: imagens, crenças, emoções e
sensações corporais, estimuladas por movimentos oculares? Recuperar a pulsação
e o fluxo energético em cada parte do corpo onde residem bloqueios ou
desligamento energético permitindo assim que as palavras fluam juntamente com
as emoções e sensações despertando funções adormecidas tais como: perdão a si
mesmo e aos pais, dar e receber, gratidão, entender e sentir simultâneos,
entrega e fé na vida, alegria de viver, capacidade de se reconhecer em união e
em separação, criatividade e independência. Tudo isso e muito mais parece que
foi sistematizado e enfatizado por diversas escolas de psicoterapia de modo
independente. Devido ao isolamento auto imposto pelas escolas que se comunicam
de forma precária ou competindo por sua fatia de verdade e competência,
torna-se um sonho imaginar um modelo de psicoterapia que saiba privilegiar as
diferenças e circunstâncias de cada pessoa, oferecendo-lhe um tratamento
voltado ao que é necessário no momento. Tal modelo, hoje só pode ser feito de interfaces
e interações. Portanto o poder da técnica reside no fato desta ir ao encontro
do que é necessário e que o cliente pode responder. (A. Ricardo Teixeira)
Nenhum comentário:
Postar um comentário