sábado, 4 de novembro de 2017

ATITUDE

Atitude

Os manuais de psicopatologia estão cheios de descrições de características psicológicas  que, se colocadas numa linha temporal, a partir do nascimento  até a vida adulta,    descrevem distintos níveis de compreensão de si mesmo e da realidade externa, (dos outros). Partimos do egocentrismo infantil  para a capacidade de simbolizar e se colocar no lugar do outro. Da exigência de satisfação imediata para a capacidade de esperar e obter resultados a médio e longo prazo. O processo de formação do adulto, no sentido pleno da palavra, pressupõe vivências de satisfação e de interdição das mesmas em favor de traços de personalidade mais maduros, que permitem realizações mais complexas. Autoconfiança decorre da resolução e renúncia  das tendências primitivas. Supondo que uma pessoa, em idade adulta, desprovida de complicações neurológicas ou psiquiátricas, não tenha se  desenvolvido a ponto de transcender ao egocentrismo infantil, teremos então um 'falso adulto'; alguém incapaz de colocar seus objetivos e metas acima dos sentimentos. Vive numa depressão constante porque manipula a realidade interna em favor da sua vitimização e da obtenção fantasiosa de gratificação primitiva. Sua atitude é sempre passiva, insegura, evitativa e reforçadora do sentimento de fracasso e baixa autoestima. Alguns são tão infantilizados que agem como se os demais estivessem muito interessados nas suas funções fisiológicas e doencinhas tipo sono, resfriados, etc. Muitos chegam à maturidade sem perceber e se deparam com grandes problemas de enfrentamento da realidade, sem dinheiro, sem aposentadoria... Curiosamente, desenvolvem uma extrema soberba e orgulho que aparecem claramente quando não são tratadas como desejam.  Ou quando têm que enfrentar uma doença ou a própria sobrevivência.  Psicoterapia e medicamentos psiquiátricos funcionam parcialmente, porque têm baixo nível de compreensão de si mesmo e dos processos existenciais. É muito difícil promover uma mudança significativa em pessoas assim, pois resistem bravamente  ao que mais precisam: mudança de ATITUDE. Enfrentar dor, preguiça e a própria má vontade para viver construtivamente, deixando que os bons sentimentos resultem de ações positivas é quase impossível quando o que se deseja é continuar sendo objeto infantilizado do desejo do outro.