Como você reage ao perigo?
Diante
de uma situação nova nosso cérebro tende a despertar medo pois a situação exige
reorientação e reposicionamento. O medo traz incertezas e angústias pois dessa
forma seremos obrigados a seguir os planos da seleção natural que é a
sobrevivência da espécie e buscar saídas para o problema real que nos aflige.
Podemos falar em 3 padrões de resposta diante do fato gerador:
1-hiperresponsivo; 2-hiporresponsivo; e 3- responsivo. No primeiro grupo o medo
naturalmente ativado pode gerar ansiedade, aflições, obsessões, histerias,
descontrole emocional e pânico. Meu 'chutômetro' diria que 30% das pessoas se
enquadram nesse grupo. Essas pessoas podem ter traumas profundos que põe suas
cabeças para fora nesta hora. Há uma forte tendência a hiperexcitar o
imaginário e deixar-se levar por especulações em lugar dos fatos. Nos hiporresponsivos a ativação do medo põe em
ação mecanismos de defesa que dissociam a consciência da percepção de perigo.
Pode-se ir de um grau leve de dissociação até a negação psicótica. Tudo isso
para preservar um senso de invulnerabilidade e previsibilidade. As pessoas
neste grupo, outros 30% segundo meu "chutômetro", tendem a minimizar
a percepção do perigo pois temem o efeito catastrófico. Tal efeito pode levar a
uma reação tão intensa quanto a que sentem as pessoas do primeiro grupo. Para
esses, "a ficha custa a cair" e às vezes só percebem o perigo quando
já é tarde. Por isso essas pessoas tendem a fazer escolhas sem uma avaliação
adequada das consequências. Consomem informações adequadas a seus sistemas de
crenças tratando com descrédito qualquer evidência em contrário. Outros se
expõem a riscos desnecessários mesmo
quando a prudência indica outro caminho mais seguro.
O
terceiro grupo é o das pessoas responsivas. Devem ser uns 40%. Ou seja, toleram
o medo quando este vem alertar para a necessidade de reorientação e
reposicionamento. Daí, como não estão se defendendo neuroticamente da percepção
de perigo podem realizá-lo e tomar medidas adequadas para o grau de severidade
da situação. Podem sentir as emoções e sentimentos envolvidos na questão sem
"perder a cabeça". São mais capazes de enfrentar o perigo e de
recuperar a confiança baseada em
resiliência. Resiliência é a capacidade de voltar ao equilíbrio entre
tensão e relaxamento. Os hiperresponsivos tendem a demorar a achar respostas
tranquilizadoras pois se perdem na criação de cenários catastróficos. Os
hiporresponsivos tendem a retardar as medidas de segurança diante do perigo
pois temem perder sua estabilidade emocional. E os responsivos conseguem sentir
o problema e se colocar em marcha na direção da melhor solução possível. O
primeiro grupo precisa aprender a
desenvolver tolerância ao medo e às emoções concomitantes e a não se
deixar governar pelo imaginário catastrófico. O segundo grupo, por mais
incrível que pareça, precisa de mais recursos para obter segurança e aumentar a
percepção do perigo sem se deixar devastar emocionalmente. Ambos os tipos, hiper
e hiporresponsivos, tendem mais a buscar segurança no ambiente do que em si
mesmos. São mais voltados para a família, o grupo social, a religião e para a política. Já os responsivos tendem mais a ter
confiança em si mesmos sem desprezar a necessidade de que o ambiente seja
positivo e seguro.
Espero
que este pequeno texto ajude a encontrar recursos e adquirir mais confiança
para lidar com as incertezas da atualidade.
16 de mar de 2020
Excelente texto!
ResponderExcluirGrato por ompartilhar!
Grato pelo retorno! Abraço
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